abril 07, 2014

Em Abril, Histórias Mil

 Quarta feira, 26 de Março de 2014:

A sala já está preparada para nos receber. As mesas estão arrumadas junto à parede lá atrás e o computador ligado ao projector. De que se tratará hoje a nossa conversa?

Com um clique no teclado, uma imagem sob a forma de cronologia é projetada no quadro:

- Hoje vamos falar dos acontecimentos que antecederam a Revolução, diz a Professora Carla, iniciando a sua apresentação.


A Professora Carla descreveu os momentos mais marcantes que antecederam a Revolução de Abril

O movimento que, no dia 25 de Abril de 1974, derrubou Américo Tomás e o governo de Marcelo Caetano, marcou uma mudança na vida de todos os portugueses.  Este golpe militar concretizou-se na sequência de um conjunto de contestações e dificuldades presentes diariamente desde a construção do Estado Fascista, entre elas, o colonialismo português o isolamento internacional do governo. Contudo,  foi graças à Revolução que finalmente chegou a Portugal a tão querida Democracia.

Ao longo dos anos, foram várias as tentativas para derrubar a ditadura. Um dos exemplos mais marcantes foi as eleições presidenciais de 1958. Em oposição ao aspirante do regime salazarista, candidatou-se o militar Humberto Delgado que, sem medo, concorreu na tentativa de transformar o sistema vigente.

Infelizmente,  o resultado eleitoral não lhe foi favorável devido à contagem que se mostrou fraudulenta. Em 1965, Humberto Delgado dirigiu-se à fronteira espanhola para reunir-se com um grupo de opositores ao regime. Infiltrados, vão também agentes da PIDE que acabam por assassina-lo bem como à sua secretária.

Entretanto, em Janeiro de 1960 concretizara-se o conhecido episódio da Fuga de Peniche. Graças a uma brilhante capacidade de organização e coordenação entre os prisioneiros, dos quais se destaca Álvaro Cunhal, conseguiram fugir de uma das prisões mais controladas durante o fascismo dez dirigentes políticos, comprovando assim, a ineficácia do regime prisional no que respeita ao reforço da segurança e sujeição dos presos ao isolamento.

Em Fevereiro de 1974, o general António de Spínola publicou as suas ideias sobre a política colonial portuguesa, segundo ele demasiado dispendiosa, num livro intitulado “Portugal e o Futuro”. Desta forma a guerra nas colónias africanas tornava-se gradualmente num assunto fortíssimo de discussão entre as forças opositoras.

A luta dos trabalhadores e dos estudantes, o descontentamento das Forças Armadas e a própria atrapalhação dos próprios ministros, colocaram o governo entre a espada e a parede.

E o 25 de Abril aconteceu. 

Mas este não é um simples acontecimento. É um grande feito histórico cujas experiências e valores continuam indispensáveis para todos nós. Se não fosse o regresso da liberdade:

- As escolas continuavam divididas;
- Os professores continuavam a dar castigos muito severos às crianças;
- A televisão, os jornais e a rádio continuavam a ser controlada pela censura;
- Não podias discutir livremente nem criticar o governo;
- A publicação dos trabalhos dos escritores, jornalistas, cantores, compositores, entre outras profissões, dependiam da decisão da polícia política, pois não deviam mostrar-se opositores do regime;
- Aos 18 anos, os rapazes eram obrigados a cumprir o serviço militar - a tropa - como forma de preparação para a guerra;

Já imaginaste?











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